Planilhas, números, informações. Dados são gerados aos milhões todo santo dia e como já falamos isso em outros artigos, eles não fazem nada sozinhos. O trabalho de decupar, entender, interpretar, questionar, aprender e direcionar todo um conjunto de informações valiosas ainda precisa de um ser humano por trás para fazer a coisa toda ter sentido.
E uma das principais maneiras de dar sentido aos dados é determinar como ele será visualizado. Não se trata apenas de como vemos os dados mas como os entendemos. Essa compreensão está associada diretamente à sua visualização, especialmente pelo fato de quanto mais rápido um dado for exibido, mais refinada será a experiência das pessoas com aquele conjunto de informações quantitativas e qualitativas. A consequência? Uma melhor tomada de decisões baseadas em realidade e não em fantasia, ficção ou “achismo”.
Compreensão é o desafio definitivo na visualização de dados. É se perguntar sempre: como podemos fazer as pessoas compreenderem? Um caminho claro e direto é mostrar algo que seja familiar e o uso de analogias é certeiro. Você pode não saber nada sobre Design, Experiência do Usuário, Interface, mas se na hora de dar uma forma aos seus dados, manjar dos paranauês de usar a analogia certa, metade do caminho já foi trilhado.
E como trilhar o resto do caminho? Segura aí que a gente chega lá.
Pergunte primeiro, responda depois
Definitivamente, o passo mais importante é saber o que você está tentando transmitir. E a quantidade de dados disponíveis é grande o bastante para levar a um dos piores inimigos da visualização de dados: a famigerada dispersão. Portanto, filtre os dados e tenha em mente qual mensagem você quer passar com aqueles dados, qual será a história contada com aquelas informações.
Outro fator importante é saber quem irá ler os seus dados. Saber quem é seu público e como ele se comporta é crucial. Mas não pare por aí. Pense na resposta que será apresentada à essas pessoas, nas dúvidas e discussões que podem ser geradas.
Estamos à procura de respostas, mas para alcançá-las devemos fazer as perguntas certas. Qual o meu objetivo? Qual mensagem quero passar? Quem é o meu público? Eles estão familiarizados com os gráficos e analogias que irei utilizar? Qual o repertório dessas pessoas?
Ao ter acesso à sua visualização dos dados, as pessoas precisam ler e interpretar o que está sendo contado ali. Um indicador de sucesso é saber se o público aprendeu algo com aqueles dados visualizados. E mesmo que apareçam dúvidas e novas perguntas, você e seus dados devem conduzi-las adiante para novas respostas.
Qual o modelo certo de gráfico?
Ao dar forma aos seus dados, temos um universo variado de opções que vão desde as analogias mais abstratas, como mapas, escalas e labirintos até os modelos mais tradicionais de gráficos que nos relacionamos diariamente ao interpretar as informações que passam por nós.
O objetivo aqui é mostrar que de acordo com uma situação ou necessidade, existe um modelo de gráfico que irá te servir melhor que outros. Listamos algumas situações mais comuns para você começar a exercitar a visualização dos seus dados de maneira fácil e didática.
Precisa comparar e classificar? Gráficos de barras são em sua maioria a melhor opção por diversas razões: primeiro que é possível agrupar vários itens sob uma mesma linha que facilita a comparação. Diferente de um gráfico pizza, por mais estilizado que seja, temos uma leitura mais didática e direta. Outra vantagem do gráfico de barras é ampliar a área das informações, tornando a leitura mais ágil e agradável.
Precisa mostrar desempenho ou medida ao longo do tempo? Gráficos de linhas se mostram bem eficazes nesse tipo de situação, especialmente se o tempo estiver no eixo X e a medida no eixo Y. Se for necessário, transforme as linhas em áreas para enfatizar a comparação entre medidas diferentes ao longo do tempo.
Precisa exibir um total e ao mesmo tempo separar as partes que compõem esse todo? Você poderia até dizer que o gráfico de pizza aqui seria uma escolha certeira, mas existe um porém: nosso sistema visual não é muito bom em estimar o tamanho de uma área só de olhar. Com isso, separar vários itens de um todo em um círculo com várias partes recortadas e coloridas só vai fazer sua visualização ser “bonitinha mas ordinária”. E de novo temos nossas queridas barras, associadas a diferentes cores nos mostrando como ter um modelo mais assertivo para esse tipo de situação.
De acordo com a sua necessidade ou objetivo ou história a ser contada, é possível encontrar o modelo certo para auxiliar a visualização dos dados. E mesmo que não seja um caminho fácil, é possível misturar gráficos, pensar em outras analogias, formas e cores para alcançar o resultado que fará seu público absorver e aprender com as informações ali passadas. Mas isso é assunto para outro dia. 😉
Dicas para visualizações acertadas
Para finalizar, não podemos esquecer que mesmo escolhendo o melhor gráfico, a criação de uma visualização de dados demanda testes, atenção ao detalhe, esforço e busca constante pela evolução.
Lembre-se de enfatizar os dados mais importantes. Ao definir o objetivo, encontre qual relação entre os dados deve ser valorizada. E oriente a leitura para o caminho mais didático e simples: a posição dos rótulos e números influenciam diretamente nisso. Questione se vale a pena deixar os textos do seu gráfico na vertical sendo que eles podem estar na horizontal e oferecer uma leitura mais direta.
E por último: evite sobrecarregar as visualizações. Pesar a mão e adicionar muitas medidas e dimensões é dar um passo maior que a perna. Caso a visualização dos dados esteja muito densa, separe em pequenas exibições separadas. Divida e conquiste.
Com essas pequenas regras fica mais fácil começar e conduzir um projeto de visualização de dados e avaliar o modo que produzimos e interagimos com um dos principais campos de conhecimentos do Marketing por Dados.
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